Inovar caminha junto com empreender, arriscar e falhar, seja dentro ou fora das empresas. Para arriscar, você precisa ter um ambiente propício a isso, tanto do ponto de vista de desenvolvimento e abertura de mercado como de oportunidades e facilidade para fazer negócios.
Some-se a isso a necessidade de mão de obra preparada, de qualidade, e estabilidade política com um grande fluxo de capital de risco. Em poucos ou quase nenhum desses fatores o Brasil se destaca frente ao mundo.
Talvez o único fator que pese a nosso favor seja a diversidade cultural. Até mesmo o fato de sermos um país continental com um grande mercado interno acaba limitando em muitas vezes as ambições dos empreendedores.
Sempre que tentamos avaliar o ambiente de inovação no Brasil, portanto, invariavelmente nos sentimos frustrados ao nos compararmos com países mais desenvolvidos como Estados Unidos, Israel, China e Alemanha. Essas são nações que criaram condições favoráveis ao empreendedorismo, da educação básica a incentivos de mercado e fiscais, alinhados com uma cultura de valorização do empreendedor. Não é à toa que várias das grandes empresas mundiais vêm desses lugares.
A cultura brasileira estimula muito pouco o empreendedorismo e a inovação; fomos condicionados a buscar bons empregos em grandes empresas (melhor ainda se forem multinacionais) ou a passar em concursos públicos para termos segurança. Segurança essa que é especialmente desejada por termos vivido historicamente períodos de alto desemprego e crises econômicas.
Cabe ao governo fazer sua parte, facilitando e criando um ambiente propício à inovação. Já as insituições de ensino devem preparar a nossa força de trabalho para esse tipo de desafio, deixando que as empresas e a sociedade sintam-se incentivadas e seguras para inovar.
Vivemos, afinal, em um mundo cada vez mais conectado, que permite o acesso a qualquer tipo de informação e conhecimento, e no qual o custo da tecnologia foi reduzido. O posicionamento estratégico aliado à inovação precisa avançar.