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A (necessária) inovação na cadeia de suprimentos

A (necessária) inovação na cadeia de suprimentos
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jun. 8 - 3 min de leitura
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A pandemia da Covid-19, além do enorme impacto econômico e social em escalas globais, afetou totalmente o modo como fazemos negócios, como nos relacionamos, como trabalhamos e como consumimos. Ao mesmo tempo, o impacto da pandemia fez aflorar o que todos sabiam, mas pouco se importavam: a cadeia de fornecimento global, de matérias-primas até produtos de alta tecnologia, como os chips.

No primeiro trimestre de 2021, segundo dados da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), 73% das empresas brasileiras da indústria em geral encontraram dificuldades para obter insumos e matérias-primas no Brasil. Entre os campeões de falta nas linhas de produção estão os chips e componentes que levam semicondutores.

Com a queda na demanda global de automóveis durante o segundo e terceiro trimestres de 2020, a produção de componentes eletrônicos foi redirecionada para computadores, tablets, smartphones, utensílios domésticos e até brinquedos. A retomada da produção automobilística, que é um enorme consumidor de chips – um veículo de luxo pode ter mais de 200 –, no último trimestre do ano passado e a continuidade da alta produção de eletroeletrônicos, fez criar uma crise de abastecimento global que chegou a ser chamada de chipagedon (armagedon dos chips).

A razão é óbvia: monopólios globais de produção de chips em Taiwan e Coreia do Sul, que junto com outros países asiáticos concentram 83% da produção mundial. Esse é um assunto difícil de ser resolvido a curto prazo, principalmente devido à alta tecnologia necessária para a produção de chips, mas o recado da situação é tão importante quanto o fato em si.

Empresas, executivos e conselhos de administração deverão olhar com muita atenção para a sua cadeia de fornecimento e rever a estratégia de maneira detalhada. Um dos caminhos para buscar alternativas é a inovação. Muitos ainda continuam a pensar que a inovação se restringe à criação de um produto descolado, tecnológico e “sexy”. A inovação vai muito além e deve ser a inspiração para se revisar, questionar, desafiar e remodelar – neste caso, a estratégia de fornecimento da empresa pelo uso e aplicação de novas metodologias, novos modelos de negócios e novas tecnologias que vão habilitar a inovação na cadeia de suprimentos.

Cadeia de suprimentos 4.0 (com adoção de tecnologias como IoT, Inteligência Artificial para controlar demandas e estoques, RPA, RFID, etc) consórcios de empresas para aquisições de insumos, coopetion (cooperação + competição) no desenvolvimento de fornecedores em comum para empresas concorrentes, gestão inteligente e integrada do transporte, desenvolvimento de segunda fonte de matérias primas, componentes e peças, análise geográfica dos fornecedores e seus riscos e o envolvimento com entidades governamentais para tratar de pautas logísticas e tarifárias são alguns dos desafios que as empresas vão ter que colocar em pauta no plano estratégico para manterem suas linhas de produção um pouco mais protegidas em crises globais. O preço de uma peça vinda de um país asiático ainda pode ser competitivo, mas esse modelo de centralização de boa parte da cadeia num pequeno espaço geográfico pode custar a sobrevivência futura.

 

 

 


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