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Convivendo com o erro – e não com a culpa do erro

Convivendo com o erro – e não com a culpa do erro
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jun. 16 - 3 min de leitura
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Mais de um ano de pandemia e uma aceleração nunca antes vista. Cientes de que inovação é feita por pessoas e não por tecnologia, fica a pergunta: como podemos nos apropriar e disseminar uma nova cultura dentro de nossas estruturas para acompanharmos as demandas cada vez mais aceleradas da porta para fora, além de permitir que essa mesma cultura possa ser aplicada da porta para dento?

A resposta pode estar em imprimir velocidade na tomada de decisões e no monitoramento dos desdobramentos. Adotar uma política de acompanhamento aberta e transparente, de maneira a criar um ambiente propício à inovação, conviver com o erro, aceitar o erro, mitigar as consequências e permitir que erros possam ser assimilados por todos talvez seja parte da solução.

A mudança de cultura talvez seja a melhor forma de lidarmos com o problema. Como criar uma cultura centrada nas pessoas, de forma que possamos compreender que aprendemos com os tombos e com os erros que cometemos? Se possível, uma cultura aberta ao risco. Tornar o ambiente interno cada vez mais aberto e seguro, onde as pessoas se sintam estimuladas a opinar, dialogar e inovar. Abertura efetiva de canais de diálogo em todos os níveis da estrutura.

Aqui, eu poderia contar parte da história de uma madeireira, uma empresa de origem extrativista, que se transforma em uma das melhores empresas para se trabalhar e é referência no mercado industrial.

Estou falando da Pormade Portas de Madeira, de União da Vitória (PR). Com diálogo e escuta ativa, a empresa se tornou uma das melhores companhias para se trabalhar no Paraná e no Brasil. O colaborador que oferecer soluções criativas para a sua unidade de trabalho recebe um bônus financeiro. Da mesma forma, o colaborador que, ao executar sua função, comete um erro e percebe que errou ou mesmo que um produto está desconforme e avisa ao seu supervisor ou colateral também é premiado com um bônus financeiro. Conviver com o erro e não com a culpa do erro foi a grande mudança. Essa mudança de comportamento, iniciada na década de 1990, transformou a cultura da empresa, e possivelmente outras manufaturas adotaram esse mesmo processo.

A mudança ocorrida no chão de fábrica logo contaminou os corredores e as estruturas de comando. A percepção de que as mudanças podem, ou melhor, devem ser implementadas em todos os níveis, da porta para fora e na mesma velocidade da porta para dentro, logo foram assimiladas e criaram um forte senso de pertencimento e amor pelos resultados positivos.

Não podemos nos esquecer de que corremos o risco cada vez maior de não percebermos os limites de nossas ações e estarmos nos tornando uma sociedade egoísta e hedonista. Isso também é parte do problema e deve ser considerado tanto nas relações internas quanto nas relações externas. Velocidade na tomada de decisões, transparência e senso de pertencimento podem ser as respostas.


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